quinta-feira, 24 de junho de 2010

Viva Kaká! ( Tony Beloto )



(Esse texto foi retirado do Blog do Pr. Marcelo Santos com permissão)

Conheci Kaká pessoalmente em 2003 num rápido encontro, numa tarde em que levei meus filhos para assistir a um treino do Milan. Estávamos de férias na Europa e passando por Milão, Malu, na maior cara de pau, ligou para o Cafu – que na época jogava no Milan – e falou de nossa admiração por ele e da vontade que tínhamos que nossos filhos assistissem a um jogo do Milan. Cafu, muito simpático e prestativo, convidou-nos a assistir a um treino, o que seria, no seu entender, muito mais divertido para os meninos. Dito e feito. Fui com João e Antônio, então respectivamente com 8 e 6 anos, assistir ao treino da grande equipe, e lá conhecemos também o Kaká.
Para os meninos foi a glória ver de perto jogadores que eram seus ídolos. Pra mim também, confesso. Assim como Cafu, Kaká também se mostrou muito solícito e generoso. Sugeriu-nos passeios, cantinas e dicas sobre a cidade, nos presenteou com uma bola e uma camiseta autografadas e acabamos combinando um jantar num de seus restaurantes favoritos. Para os meus filhos foi como passar algumas horas no paraíso. Eu e Malu também nos divertimos bastante, além de comer e beber muito bem. Desde então acompanho, como todo brasileiro, a carreira de Kaká com muito orgulho e admiração. E, claro, implico às vezes com seu fervor religioso e com sua obstinação em ser sempre o “bom menino”, além do fato de doar tanto dinheiro para a igreja.
Não sei por que implico. O problema é dele (o dinheiro também), e num país em que falta de ética e banditismo grassam de norte a sul, eu deveria me orgulhar de um jogador como o Kaká ser um exemplo para as nossas crianças. Deve ser inveja. Ou coisa de roqueiro velho que adora as bobajadas que o Maradona profere pelos cotovelos. Ou mágoa de ateu inconsolável pela morte do Saramago. Mas o que eu quero dizer é que neste domingo, no jogo do Brasil contra a Costa do Marfim, eu fiquei ainda mais orgulhoso do Kaká. Digo isso com toda a sinceridade. Fiquei orgulhoso por ele ter se mostrado tão humano, vítima de paixões e turbulências da alma como qualquer zé mané, atormentado e tão pouco religioso ou magnânimo. Se não está na sua melhor forma técnica, pouco importa. O que valeu foi ver Kaká lutando, correndo, tentando acertar, participando de duas das jogadas de gol, e, principalmente, deixando-se levar pelas emoções.
Quem estava ali, no campo, não era um símbolo, um modelo, um heroi ou um garoto propaganda. Era um homem lutando por uma vitória. Valeu, Kaká, parabéns pela sua expulsão, ela também foi um exemplo para todos nós.

Por Tony Bellotto

http://veja.abril.com.br/blog/cenas-urbanas/

Um comentário:

Cristian disse...

Para mim Kaka é um dos melhores Para mim Kaka é um dos melhores jogadores do Brasil. Eu o conheci há alguns anos atrás em um veterinário. Eu estava adotando um cachorro e ele estaba comprando vitaminas para cães. é muito simpático e engraçado.